C-17 GlobemasterIII
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Jessika G. A. Smuts
Vocês se lembram do artigo que nominei “O Dia em que a Delta perdeu duas clientes”?
Pois é, novamente Anne a piloto artilheiro do nosso Apache me convenceu a curtir a nossa merecida folga nos Estados Unidos, aceitei alegremente o convite, porém, impus as minhas condições, entre elas a de que o roteiro da viagem fosse por mim elaborado.
Anne ficou encarregada de adquirir as passagens na El Al, tudo combinado as malas prontas a viagem estava marcada para o final da semana.
Tínhamos somente mais um treinamento de rotina antes da viagem, às quatro horas da manhã partimos para o que seria mais um dia comum, quatro outros helicópteros AH-64D nos acompanhavam, após vários pousos e decolagens utilizando equipamentos de visão noturna encerramos e voltamos a base.
Em nossa base como de costume estavam estacionados algumas aeronaves de países amigos entre eles um Boeing C-17 Globemaster III da USAF.
Anne e eu após entregarmos o nosso “Sled” ao pessoal de manutenção partimos para um bom banho e um lanchezinho básico no refeitório da base.
Oppss, no refeitório Anne rapidamente identificou a tripulação do C-17, e com sua grande desenvoltura e simpatia logo fez amizade com o pessoal, à guarnição era composta de quatro lindas garotas, uma Airman 1st Class a mestre de cargas (loadmaster), a Capitã Piloto, a Co-Piloto uma Primeiro Tenente e uma Sargento.
O C-17 Globemaster III retornaria aos Estados Unidos no dia seguinte, Anne então fez uma permuta muito vantajosa para a gente, pois em troca de ciceronear as garotas pelos shoppings e barzinhos badalados da cidade, descolou uma carona.
No dia seguinte lá estávamos nós no horário combinado e após as checagens de praxe, partimos no C-17.
O Destino: Davis Monthan Air Force Base, em Tucson no Arizona.
Caramba… Vocês leitores apaixonados pela aviação já identificaram, ou melhor, já lembraram o que de interessante existe em Tucson?
Pois é, o maior depósito e cemitério de aviões do mundo.
E como não podia deixar de ser, lá fomos nós visitar a segunda maior Força Aérea do mundo em quantidade de aeronaves, só perdendo para a USAF, o Davis-Monthan AFB, o maior cemitério de aeronaves do mundo.
Anne talvez devido a grande convivência comigo, utilizou a famosa “cara de pau” ou o “jeitinho brasileiro” descolou uma autorização para visitarmos o local, haja vista que somente funcionários ou militares que lá trabalham podem ter acesso autorizado.
E para ficar ainda melhor a USAF em um gesto de cortesia disponibilizou um helicóptero para o nosso transporte.
Powww! Perguntarão meus amigos:
-Mas as garotas saem do deserto de Israel para o deserto do Arizona?
Confesso que foi um dos momentos mais impressionantes da minha vida, quando vi a paisagem repleta de aeronaves, mais de cinco mil, os mais diversos modelos e tipos. Que coisa fantástica.
Coisa feita especialmente para fazer piloto de avião babar...kkkk
Samuel H. Davis e Oscar Monthan, dois pilotos militares da Primeira Guerra Mundial, naturais de Tucson deram nome a Base.
Algumas aeronaves que vimos e poderiam muito bem estar fazendo bonito na Força Aérea do Brasil ou mesmo em qualquer outra Força Aérea do mundo.
O caça F-16 Falcon tem aos montes, muitos mesmo, e o caça F-18 Hornet?
Ô dó, ô vida!
Que dó, filas e filas de Hornets, muitos inclusive sendo arrebentados por um guindaste para sucatear.
Em nossa visita fomos acompanhadas pela Capitã Johnson da USAF que nos mostrou algumas curiosidades:
Em 1991 os Estados Unidos e a União Soviética quando assinaram o acordo de redução de armas estratégicas denominado SALT1, foi determinado a retirada ou eliminação de 365 aeronaves, os bombardeiros Boeing B-52.
Essas aeronaves foram cortadas em pedaços e permanecem no local para que possam ser visualizadas por satélites.
O terreno e o clima do local são propícios a conservação de aeronaves, que antes de serem armazenadas no local são seladas e recebem o um tratamento especial que consiste em uma camada de um spray denominado spraylat que forma um película protetora, depois das remoções de todas as armas, bancos ejetores e os aviônicos de uso restrito às Forças Armadas.
Mas ao lado visitamos também o Pima Air & Space Museum com aeronaves fantásticas, a verdadeira história da aviação americana se encontra em Tucson, Arizona.
Volto a falar sobre isso em outra oportunidade. Pois agora a minha amiga esta louca de vontade de completarmos o roteiro por mim elaborado.
A seguir nos dirigimos a Las Vegas.
Agora as garotas do deserto de Israel estão no deserto de Nevada.
Vegas o paraíso das apostas e festas fantásticas.
Como boa piloto artilheiro Anne propôs a primeira aposta do dia entre nós:
“Que iríamos encontrar um famoso piloto artilheiro de Apache, pelado em Vegas”.
Apesar de torcer muito, o principezinho não estava por lá, desta vez...kkk
Com tristeza ganhei a aposta...
-Vamos procura-lo em Reno? Pergunta Anne.
Não, fomos mesmo é para Santa Monica - Califórnia.
Mas ai já é outra história...
* Jessika G. A. Smuts é
brasileira/israelense, jornalista, escritora, instrutora de Krav Magá, militar
e pilota um helicóptero AH-64D.
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