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JAD MOUAWAD
DO "NEW YORK TIMES"
DO "NEW YORK TIMES"
A Boeing defendeu a segurança de seu modelo 787 Dreamliner depois de três incidentes em três dias, afirmando que tinha "extrema confiança" em seu design inovador e na tecnologia utilizada no aparelho.
O 787 está em operação há 15 meses, e a Boeing até agora entregou 50 aparelhos a oito companhias de aviação, entre as quais a All Nippon Airways, Japan Airlines e United Airlines. Desde então, pequeno número de 787s passaram por incêndios elétricos, vazamentos de combustível ou outros problemas, o que resultou em um alerta de segurança da parte das autoridades regulatórias federais norte-americanas e em uma investigação formal sobre um incêndio elétrico acontecido esta semana.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes norte-americano está tentando descobrir por que um dos bancos de baterias de uma unidade auxiliar de potência de um 787 estacionado no Aeroporto Internacional de Boston pegou fogo na segunda-feira. O incêndio ocorreu em um aparelho da Japan Airlines depois que passageiros e tripulação desembarcaram.
Na terça-feira, outro dos 787s da companhia, também em Boston, sofreu atraso de quase quatro horas em um voo devido a um vazamento de combustível. E na quarta-feira, a All Nippon cancelou um voo doméstico no Japão depois que um computador de bordo informou erroneamente que o avião tinha defeitos nos freios. Os problemas surgiram depois que um 787 da United Airlines se viu forçado a alterar seu destino quando um dos seis geradores elétricos do avião quebrou em meio ao voo.
Mike Sinnett, o engenheiro chefe do projeto 787, declarou na quarta-feira que o programa não estava passando por mais problemas do que é comum em aviões novos, como no caso do Boeing 777 quando este foi introduzido na metade dos anos 90.
Ele defendeu a opção da empresa por baterias de lítio-íon, afirmando que a Boeing não estava procurando por alternativas a elas. E disse que o 787 conta com forte duplicação de sistemas, o que significa que se um ou mais deles falharem o avião pode continuar seu voo e pousar em segurança. Testes demonstraram que um Boeing 787 pode voar por mais de cinco horas e meia com apenas um gerador elétrico em funcionamento.
"Estamos vivendo uma situação comum em programas de novos aviões", disse Sinnett em entrevista coletiva telefônica. "Temos a responsabilidade e a obrigação de ajudar a reassegurar as pessoas quanto à integridade e resistência do projeto".
Perguntado se o avião era seguro, ele respondeu que "com certeza. Estou 100% convicto de que é seguro voar nesse aparelho. Eu mesmo voo nele o tempo todo".
A Boeing se recusou a responder perguntas específicas sobre o incêndio da segunda-feira, afirmando que a investigação ainda está em curso.
A confiabilidade operacional do Boeing 787 - um indicador sobre a frequência com que o aparelho parte no horário para seus voos e sem problemas mecânicos - está bem acima de 90%, diz o engenheiro, um índice semelhante ao do 777 na mesma altura de seu ciclo de produção.
Os potenciais problemas com os sistemas elétricos e baterias podem se provar significativos, porque o 787 utiliza mais tecnologia, e tecnologia mais avançada, do que gerações anteriores de aviões. O aparelho é produzido com uso extenso de compostos de carbono de baixo peso, suas turbinas consomem menos combustível e as bombas hidráulicas, sistema de degelo das asas, pressurização da cabine e outros sistemas são acionados elétrica e não mecanicamente. O 787 também tem freios elétricos, e não hidráulicos.
Em lugar de usar ar das turbinas para acionar esses sistemas, a inovadora arquitetura do 787 elimina a maioria dos sistemas pneumáticos e os substitui por elétricos. Isso reduz o consumo de combustível do avião em entre 2% e 3% em altitude de cruzeiro, de acordo com a Boeing, Randy Tinseth, vice-presidente de marketing da Boeing, anunciou em comunicado na terça-feira que o 787 havia registrado mais de 18 mil ciclos de voo e voado mais de 50 mil horas.
As ações da Boeing, que haviam caído em mais de 5% nos dois últimos dias, mostraram recuperação parcial na quarta-feira, subindo em 3,6% e atingindo a cotação de US$ 76,76.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Fonte: Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo
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