O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências, principalmente entre congressistas do Kansas
A Força Aérea dos
Estados Unidos deve anunciar em março o resultado da concorrência para a compra
de 20 aviões de treinamento avançado e ataque leve, que serão usados em missões
no Afeganistão, segundo previsão feita para as empresas que participam da disputa.
Conhecido pela sigla
LAS (Light Air Support), o programa de aquisição dessas aeronaves pode alcançar
a cifra de US$ 1 bilhão com a encomenda de 50 aviões.
A Embraer havia sido
declarada a vencedora da licitação em 31 de dezembro de 2011, mas a compra foi
suspensa e, posteriormente, cancelada. Mesmo assim, a companhia brasileira
resolveu participar novamente do processo com a aeronave turboélice Super
Tucano.
Sua rival, a
americana Hawker Beechcraft (HB), também está no páreo com a aeronave AT-6
--ainda em fase de desenvolvimento. No dia 19 deste mês, a HB anunciou a sua
saída do "Chapter Eleven" (pedido de proteção contra falência), feito
em maio do ano passado.
Segundo comunicado enviado
para a imprensa nesta semana, a HB informou que saiu do processo de recuperação
judicial bem posicionada para competir de forma vigorosa nos mercados de
aviação executiva, missões especiais, treinamento e ataque leve.
O plano de
reorganização da empresa foi aprovado pelo Tribunal de Falências dos Estados
Unidos em 1° de fevereiro e entrou em vigor no dia 15.
A retração da demanda
por aeronaves executivas e uma dívida de US$ 2,5 bilhões levaram a HB a entrar
com o pedido de proteção contra falência no ano passado. A empresa também fez
uma tentativa fracassada de venda da sua área de aviação executiva para o grupo
aeroespacial chinês Superior Aviation Beijing.
Avião Super Tucano da Embraer
O contrato, em negociação há um ano, gerou
resistências, principalmente entre congressistas do Kansas
EXPECTATIVA
Em entrevista
anterior, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse
que o Super Tucano é o avião que oferece menor risco para o programa LAS e que
o modelo atende perfeitamente a missão requerida pela Força Aérea americana.
"A nossa
expectativa é realmente positiva. Desde que a concorrência seja justa e baseada
em critérios competitivos, a Embraer tem muita esperança de ganhar
novamente", disse o executivo.
Pelas regras da
segunda concorrência, aberta após a HB entrar na Justiça do país para impedir
que o contrato fosse fechado com a Embraer, a empresa brasileira poderá ser
favorecida, entre outras coisas, pelo maior peso que está sendo dado para a
experiência comprovada do avião em operações de contrainsurgência.
EXPERIÊNCIA
O avião da
concorrente americana só pôde demonstrar sua experiência como treinador, já que
a nova versão de ataque leve AT-6 ainda não está operacional. O Super Tucano,
por sua vez, tem mais de 180 mil horas de voo, das quais 28 mil horas de
combate.
Em operação em nove
forças aéreas da América Latina, África e Ásia, possui um total de 160 unidades
entregues. Mesmo sendo um produto projetado e produzido no Brasil, o Super
Tucano é um programa com impacto econômico forte para as empresas americanas.
Segundo a Embraer,
cerca de 86% do valor em dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos
por companhias ou países qualificados sob a lei "Buy American Act",
que exige um conteúdo americano superior a 50% para os produtos comprados fora
dos EUA.
BENEFÍCIOS
O parque industrial
envolvido com o projeto reúne mais de cem fornecedores de serviços e de
componentes em 21 Estados americanos, o que corresponde a uma cadeia de
fornecedores de 1.400 funcionários no país.
"Na verdade, a
Embraer adquire mais de US$ 2 bilhões em componentes fabricados por
fornecedores americanos, suportando cerca de sete mil empregos nos EUA",
comenta a Embraer em seu site "BuiltForTheMission", com informações
dedicadas ao Super Tucano e à concorrência LAS.
Fonte: Do Valor
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