sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Licitação da Força Aérea dos EUA disputada pela Embraer terá resultado em março


 
O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências, principalmente entre congressistas do Kansas

A Força Aérea dos Estados Unidos deve anunciar em março o resultado da concorrência para a compra de 20 aviões de treinamento avançado e ataque leve, que serão usados em missões no Afeganistão, segundo previsão feita para as empresas que participam da disputa.

Conhecido pela sigla LAS (Light Air Support), o programa de aquisição dessas aeronaves pode alcançar a cifra de US$ 1 bilhão com a encomenda de 50 aviões.

A Embraer havia sido declarada a vencedora da licitação em 31 de dezembro de 2011, mas a compra foi suspensa e, posteriormente, cancelada. Mesmo assim, a companhia brasileira resolveu participar novamente do processo com a aeronave turboélice Super Tucano.

Sua rival, a americana Hawker Beechcraft (HB), também está no páreo com a aeronave AT-6 --ainda em fase de desenvolvimento. No dia 19 deste mês, a HB anunciou a sua saída do "Chapter Eleven" (pedido de proteção contra falência), feito em maio do ano passado.

Segundo comunicado enviado para a imprensa nesta semana, a HB informou que saiu do processo de recuperação judicial bem posicionada para competir de forma vigorosa nos mercados de aviação executiva, missões especiais, treinamento e ataque leve.

O plano de reorganização da empresa foi aprovado pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos em 1° de fevereiro e entrou em vigor no dia 15.

A retração da demanda por aeronaves executivas e uma dívida de US$ 2,5 bilhões levaram a HB a entrar com o pedido de proteção contra falência no ano passado. A empresa também fez uma tentativa fracassada de venda da sua área de aviação executiva para o grupo aeroespacial chinês Superior Aviation Beijing.

Avião Super Tucano da Embraer

O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências, principalmente entre congressistas do Kansas

EXPECTATIVA

Em entrevista anterior, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse que o Super Tucano é o avião que oferece menor risco para o programa LAS e que o modelo atende perfeitamente a missão requerida pela Força Aérea americana.

"A nossa expectativa é realmente positiva. Desde que a concorrência seja justa e baseada em critérios competitivos, a Embraer tem muita esperança de ganhar novamente", disse o executivo.

Pelas regras da segunda concorrência, aberta após a HB entrar na Justiça do país para impedir que o contrato fosse fechado com a Embraer, a empresa brasileira poderá ser favorecida, entre outras coisas, pelo maior peso que está sendo dado para a experiência comprovada do avião em operações de contrainsurgência.

EXPERIÊNCIA

O avião da concorrente americana só pôde demonstrar sua experiência como treinador, já que a nova versão de ataque leve AT-6 ainda não está operacional. O Super Tucano, por sua vez, tem mais de 180 mil horas de voo, das quais 28 mil horas de combate.

Em operação em nove forças aéreas da América Latina, África e Ásia, possui um total de 160 unidades entregues. Mesmo sendo um produto projetado e produzido no Brasil, o Super Tucano é um programa com impacto econômico forte para as empresas americanas.

Segundo a Embraer, cerca de 86% do valor em dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos por companhias ou países qualificados sob a lei "Buy American Act", que exige um conteúdo americano superior a 50% para os produtos comprados fora dos EUA.

BENEFÍCIOS

O parque industrial envolvido com o projeto reúne mais de cem fornecedores de serviços e de componentes em 21 Estados americanos, o que corresponde a uma cadeia de fornecedores de 1.400 funcionários no país.

"Na verdade, a Embraer adquire mais de US$ 2 bilhões em componentes fabricados por fornecedores americanos, suportando cerca de sete mil empregos nos EUA", comenta a Embraer em seu site "BuiltForTheMission", com informações dedicadas ao Super Tucano e à concorrência LAS.

Caso seja a vencedora da concorrência, a Embraer pretende ainda construir uma fábrica na cidade americana de Jacksonville, na Flórida. No site sobre o Super Tucano, a empresa informa também que não serão criados novos empregos no Brasil como resultado de um eventual contrato para o programa LAS.


Fonte: Do Valor

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